sábado, 4 de outubro de 2014

Ensinar a estudar

    Na revista visão de 22 de outubro de 2013, surge uma notícia bastante interessante sobre a importância de ensinar os alunos a estudar e não apenas limitarmos-nos a ensinar conteúdos programáticos. Por isso, apresento a seguir a informação fornecida pela revista:

      Mais de 500 estudantes portugueses seguiram o método de um professor para ser bom aluno e as notas melhoraram cerca de 30%, segundo o autor, que defende a criação de uma nova disciplina nas escolas para ensinar a estudar.




       Quando chegou à escola, Jorge Rio Cardoso era mau aluno. Sozinho, conseguiu superar as suas dificuldades e hoje é professor universitário, trabalha no Banco de Portugal e ensina os mais novos a atingir melhores resultados.
        Para Jorge Rio Cardoso, as escolas deviam ter uma disciplina para ensinar os alunos a estudar.
"Os professores têm de ensinar as matérias curriculares e estão condicionados pelo cumprimento dos respetivos programas, pelo que não têm muita margem para poderem trabalhar com os alunos métodos de estudo. Daí notar-se que há muitos alunos que não sabem estudar", defendeu o docente que, nos últimos anos, tem corrido o país para dar palestras nas escolas, onde ensina o seu método a alunos, professores e encarregados de educação.
      Dividido em quatro fases, o método defendido por Jorge Rio Cardoso está explicado no livro "Ser bom Aluno: Bora Lá", onde se aprende a organizar apontamentos, fazer resumos ou memorizar.
      A primeira fase ensina a fazer apontamentos, a segunda ensina a fazer um mapa mental. "São apresentadas técnicas para conseguir compreender ou memorizar, como por exemplo, os alunos podem imaginar que estão a dar uma aula", explicou à Lusa Jorge Rio Cardoso.
    O estudante deve depois ser capaz de relacionar as matérias e, finalmente, fazer uma auto-avaliação.
     Segundo Rio Cardoso, cada aluno é um caso, mas estas são regras que podem ser seguidas por todos.
    Os métodos do programa "Ser bom aluno" foram postos à prova e os resultados mostram que quem seguiu os conselhos melhorou as notas: Num total de 588 alunos, de 24 escolas do país e ilhas, registou-se uma melhoria de cerca de 30%.
     Os alunos foram divididos em dois grupos: o "Grupo A" composto por 378 estudantes entre o 7.º ao 9.º ano e o "Grupo B", com 210 alunos do 10.º ao 12.º ano.
    O grupo A teve uma melhoria de 31,8% e as notas do grupo B melhoraram 26,7%, segundo os dados disponibilizados pelo autor.
    As disciplinas com melhorias mais significativas foram Geografia, em que os alunos subiram a nota em 43%, e História, com uma melhoria de 39%.
    Os mais novos tiveram melhores resultados: no 8.º ano a subida foi de 36,3%, no 9.º foi de 32,4% e no 7.º de 28,3%. No entanto, é entre os mais velhos que se nota menos desistências do programa.
  É que os alunos registam-se voluntariamente no programa, sendo que apenas uma pequena percentagem foi acompanhada presencialmente (82 alunos, 15.1% do total). Os que foram acompanhados presencialmente tiveram uma melhoria superior à média geral: 36.2%.
    Paula Correia foi uma das professoras que, no ano passado, decidiu aplicar o modelo a um grupo de alunos de escolas de Faro. "Tinham algumas dificuldades escolares e uma baixa auto-estima", recordou a docente, garantindo que no final do ano as notas melhoraram.
    Uma vez por semana, a professora reuniu-se com o grupo e ensinou-os a organizar e planificar o estudo. "Eram alunos que tinham uma negativa alta e não conseguiam dar o salto para a positiva, apesar de dizerem que tinham estudado", disse.
    O método também sublinha a importância da parte motivacional em que se explica que os alunos devem sempre comparar-se consigo próprios e não com o melhor da turma.
    Rio Cardoso apresenta também algumas sugestões para os pais: "O objetivo dos pais deverá ser que o filho faça progressos e que esteja melhor do que estava há um mês, ou há um ano atrás".

     Esta notícia não é atual, mas julgo que o assunto abordado merece algum tempo para refletir sobre a importância de se ensinar os alunos a estudar, sabendo que este processo envolve várias etapas e que cada criança tem particularidades que devem ser respeitadas. De qualquer modo, para os mais curiosos que queiram saber mais sobre o assunto publicado, aqui fica o link http://visao.sapo.pt/professor-ensina-a-estudar-e-alunos-melhoram-notas-em-30-por-cento=f754118. Espero que tenham gostado da publicação de hoje e que fiquem interessados pelas próximas! Bom fim de semana!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Brincar e aprender na primeira infância - Atividades, rimas e brincadeiras para a educação de infância


 
     Hoje trago-vos informação de mais uma obra que considero muito interessante. Brincar e aprender na primeira infância - atividades, rimas e brincadeiras para a educação de infância de Isabel Aguera. Neste livro podemos encontrar vários tipos de texto como contos, rimas, poesias, etc. e atividades, associadas a eles, que permitem o desenvolvimento das crianças no que concerne às expressões, à oralidade, o raciocínio, a socialização e a motricidade.
       A autora organizou a obra de uma forma coerente e cuidadosa. Tal como no planeamento das atividades educativas, ela apresentou as finalidades e os objetivos que pretende atingir com as estratégias que apresenta no livro. Para respeitar os interesses das crianças no processo de ensino-aprendizagem, organizou as atividades em oito temas:

  • A fotografia como estratégia
  • A poesia, um bem necessário
  • Pequenos contos
  • Jogos encenados
  • Festas e celebrações
  • Viagens e passeios
  • Música e trabalhos manuais
  • Aprender a pensar. Adivinhas
     Assim, apresento a seguir um conjunto de atividades que me parecem bastante cativantes e lúdicas. No entanto, a seleção destas não significa que sejam melhores do que as restantes atividades presentes na obra.

  • Falamos ao telefone
    Para realizar esta atividade devemos procurar fotografias em que haja crianças a falar ao telefone (ou ao telemóvel).
     Se possível, as fotografias devem ser das crianças que vão realizar a atividade.
     Vamos supor que somos nós a falar com elas.
     A conversa deve cingir-se a perguntas simples e de fácil resposta.
    Podem escolher-se fotografias de diferentes crianças e reproduzir a suposta conversa que tiveram. As restantes crianças podem intervir.
    Vejamos uma experiência prática para servir de exemplo:

Uma conversa telefónica

JAVIER: Olá.
ÂNGELA: Olá. Estou na cama da avó.
JAVIER: E eu estou na casa da praia.
ÂNGELA: Bom, adeus.
JAVIER: Adeus.

     A conversa será bem diferente se forem os educadores ou os pais a ter uma conversa com as crianças. Por exemplo, eu falo com o Javier:

EU: Olá, Javier, sabes quem fala?
JAVIER: É a avó.
EU: A avó? E como é que eu me chamo?
JAVIER: Isabel.
EU: Isso. E o que estás a fazer?
JAVIER: Estou ao telefone.
EU: Onde é que está a mamã?
JAVIER: Na cozinha.
Etc.

     A propósito do telefone, e já que todos os pais e, por vezes, as crianças já têm telemóvel, não há nada que possa ajudar mais os educadores e pais que esta ferramenta para fomentar o vocabulário e a expressão oral em geral. Bastará um telefone ou um telemóvel de brincar para que as crianças se exprimam com uma simples indicação:
  • Fala com a mamã.
  • Fala com a avó.
  • Fala com os primos.
  • Etc.


  • Paisagens para um conto
       Há uma atividade à qual penso já ter feito referência e que as crianças adoram. Trata-se de tirar e pôr coisas, por exemplo, numa caixa, num frasco ou, simplesmente, num sobrescrito.
      Às vezes, quando estou com os meus netos, distraio-os, e os mais novos adoram que lhes peça que recolham folhas secas e que as metam em recipientes e caixas vazias. Metem-nas e tiram-nas sem se cansar.
      Daí a proposta seguinte. Sobre uma mesa deverão compor desenhos com imagens que o educador terá previamente recortado e organizado em bolsas plásticas: árvores, casas, pássaros, nuvens, estrelas, crianças, animais, etc., de modo a que se habituem à ideia de ordem e arrumação. Por exemplo: bolsas com sóis, bolsas só com casas, bolsas com aves, bolsas com árvores, etc. Tudo em bolsas plásticas (ou outras) de vários tamanhos.
    Depois, o educador explica que têm de ir colocando na mesa as coisas que se vão nomeando à medida que é dita a história. Por exemplo:

              Era um dia em que o sol nasceu muito contente.
                  (As crianças tem de tirar o sol e pô-lo à sua frente.)
              De repente, apareceu uma nuvem.
                  (As crianças fazem o mesmo com a nuvem.)
              Havia umas árvores que tinham muita sede e ficaram muito contentes.
                  (As crianças colocam árvores.)
              Mas o sol não queria ficar tapado e chamou um irmão seu.
                  (As crianças colocam outro sol.)
              Então apareceu a lua e disse: «Vai-te embora, sol, já é de noite».
                  (As crianças põem a lua.)
              E o sol teve de deixar que a nuvem regasse as árvores.
                  (As crianças tiram os sóis.)

     Com esta simples atividade as crianças vão aprender:
  • Que coisas colocar e onde.
  • Como as coisas devem estar direitas e não parecer caídas.
  • Como evitar que as coisas estejam umas em cima das outras.
  • Que coisas devem estar mais juntas ou mais separadas.
  • Pode sugerir-se-lhes que coloquem outros elementos e que contem a história, justificando-os.


  • Brincamos a desculpar-nos
      É um jogo que me foi ensinado pelas crianças. Começa-se com o nome de qualquer criança.

TODOS (cantarolam): O Tiago roubou pão da casa do Ti João.
TIAGO: Quem, eu?
TODOS: Sim, tu!
TIAGO: Não fui eu!
TODOS: Então quem foi?
TIAGO (diz o nome de outra criança): Mariana!
TODOS (começam de novo): A Mariana roubou pão da casa do Ti João.
MARIANA: Quem, eu?
TODOS: Sim, tu!
MARIANA: Não fui eu!
TODOS: Então quem foi?
MARIANA (diz o nome de outra criança): Isabel!

   E assim continuam, culpando-se uns aos outros. Com esta brincadeira, as crianças conseguem passar imenso tempo a divertir-se. Este jogo, com efeito, aprendi-o num passeio com um grupo de crianças.

  • O automóvel
GRUPO 1:
                      O meu carro tem
                      Uma cor bonita
                      Anda bem depressa
                      Gosto quando apita.

GRUPO 2:
                      E quando eu crescer
                      Hei-de o conduzir
                      Para baixo a descer
                      Para cima a subir.

TODOS:
                      Vou usar o cinto
                      Vou conduzir bem
                      Respeitar os outros
                      Faz isso também.

  • Pensar com adivinhas
     As adivinhas, a todos os níveis, são uma boa fórmula para que as crianças tenham de pensar, ao mesmo tempo que as diverte.
Ofereço aos educadores e pais umas simples adivinhas que são uma brincadeira elementar. Vejamos algumas.
  1. Ora escuras, ora claras, às vezes esfarrapadas, se começam a chorar deixam as terras molhadas. O que é? (NUVENS)
  2. De todas as cores vestido para quem me está a ver, eu formo um arco no céu quando pára de chover. O que é? (ARCO-ÍRIS)
  3. Qual é a coisa, qual é ela, que tem coroa mas não é rei, tem escamas e não é peixe? (ANANÁS)
  4. Qual é a coisa qual é ela que tem capa mas não é roupa, tem folhas mas não é árvore? (LIVRO)
  5. Qual é a coisa qual é ela, que mal chega a casa põe-se logo à janela? (BOTÃO)
  6. Sempre quietas, sempre agitadas, dormindo de dia, de noite acordadas. O que é? (ESTRELAS)
  7. É uma caixa pequenina, mas que pode rebolar. Todos a sabem abrir, ninguém a sabe fechar. O que é? (OVO)
  8. O que é, o que é, que corre sem ter pés, dá-te na cara e tu não vês? (VENTO)
  9. Tenho orelhas de gato, mas gato não sou. Tenho focinho e rabo de gato, mas gato não sou. Quem sou eu? (GATA)


     Espero que tenham gostado das atividades apresentadas. A autora apresenta mais, para além destas e acho que são todas muito interesssantes. A seleção das que apresentei foi complicada, porque realmente acho que toda a obra é bastante cativante. Agora cabe a vocês pais e educadores aproveitarem estas e talvez comprarem o livro para poderem experimentar todas, e com certeza terá bons resultados.

sábado, 27 de setembro de 2014

A boca que gritava demais

   Olá a todos, espero que este fim de semana, após o início do ano letivo, esteja a ser ótimo e que traga muitas alegrias. Já à algum tempo que eu não passava por aqui a deixar-vos novidades interessantes. Mas hoje consegui um tempinho para o fazer. No meio de tantas histórias de literatura infanto-juvenil que tenho cá por casa, selecionei "A boca que gritava demais" de Rita Vilela. Esta obra é interessante por vários motivos: cores vivas, texto curto e de fácil perceção, a temática, a sugestão de atividades, etc. As férias de verão já terminaram e as crianças chegam aos jardins de infância e às escolas completamente alegres, comunicativas e com vontade de partilhar todas as suas aventuras de verão mas nem sempre o fazem da forma mais adequada na sala de atividades. Com esta história podemos abordar essas situações de uma forma lúdica e interessante.


   A história começa da seguinte forma:

Aquela boca tinha uma voz forte, bonita... mas não a sabia usar.
Ela gritava demais:
Gritava se estava triste... para que todos soubessem!
Gritava se queria alguma coisa... até conseguir!
Gritava se tinha medo... para pedir ajuda!
Gritava se estava feliz... porque era divertido!
Por tudo e por nada:

Gritava!
                Gritava!
                                       Gritava!

    Como devem calcular esta atitude não era muito engraçada e perturbava imensa gente. Para se contornar este problema, são apresentadas, ao longo da história, algumas consequências daquela atitude e algumas soluções. No fim da obra, a autora apresenta uma ficha para o educador, a qual vou apresentar aqui:

    Para tirar o maior aproveitamento destas histórias, foi criado um conjunto de perguntas que poderão ser utilizadas para trabalhar com as crianças em torno das ideias do texto.
Neste caso concreto:

  • Esta história faz-te lembrar alguma boca que tu conheces?
  • Como reages quando gritam ao pé de ti?
  • Como reagem as pessoas quando tu gritas?
  • Já reparaste que um grito chama outros gritos?
  • O que pensas da frase «nunca necessitava de gritar para se fazer ouvir»?
  • O que pensas da decisão do juiz?
    O cérebro humano, quando questionado, reage a vários níveis na busca de respostas, processo esse que favorece o desenvolvimento e a aprendizagem.
    O impacto dos resultados será sempre mais forte quando o próprio atingir, por si mesmo, as respostas e as conclusões.
    Na dinamização da discussão à volta desta história sugere-se, assim, que o adulto evite fornecer respostas e dar as soluções. O papel do educador deverá centrar-se em estimular o debate, colocando as questões, complementando-as eventualmente com outras que surjam da realidade da própria criança (Exemplos: «como te sentiste quando te aconteceu...», ou «porque achas que o Alberto reagiu assim naquela altura?»), estimulando desta forma a reflexão e ajudando a criança a atingir o objetivo desejado.
    Dar espaço à criança para expressar as suas opiniões, tentando compreender os seus pontos de vista, é essencial para a utilidade destas dinâmicas. O assumir de posturas mais críticas por parte do adulto poderá comprometer o processo e os seus resultados.

    Espero que tenham gostado da obra selecionada e que fiquem com vontade de a adquirir (tem um preço relativamente baixo quando comparado a outras obras) e a utilizar com as vossas crianças. Atenção que não é obrigatório ser-se educador/professor para se ler histórias às crianças, basta ter vontade e gosto de o fazer. E as sugestões dadas pela autora deste livro também podem ser realizadas fora da instituição por qualquer pessoa que tenha vontade de o fazer.

domingo, 7 de setembro de 2014

Atividades criativas na pré-escola

     Hoje é domingo mas consegui arranjar um tempinho para vir aqui deixar-vos mais algumas dicas de atividades... O livro de onde retirei as atividades que apresentarei destina-se à Educação Pré-Escolar. No entanto, não se esqueçam que qualquer atividade pode ser realizada em qualquer nível educativo, basta adaptá-la às necessidades e capacidades das crianças. O livro tem como título "Actividades criativas na pré-escola" e tem como autora Sylvia Dorance.


  • O moinho de cores
3/4/5/6 anos

Número de sessões: 2

Material:
  • Caixas redondas de queijo (por exemplo) de diferentes diâmetros, bobines vazias, corda e lápis para o fabrico dos moinhos (ver indicações). Para os 3/4 anos, o educador deverá fabricá-los ele próprio de antemão.
  • Discos de papel de desenho num formato ligeiramente inferior ao da caixa de queijo.
  • Pequenos copos cheios de tintas líquidas (ou de tinta permanente).
  • Cola forte.
  • Lápis e suportes (plasticina ou outros...).
1.ª sessão:

Fabricação do moinho

As crianças colam o fundo de uma caixa redonda sobre o cimo de uma bobine vazia. Atam à bobine a extremidade de uma corda de 40 centímetros, que devem enrolar completamente. Colocam a bobine sobre um lápis seguro por um colega ou fixado sobre um suporte (bloco de plasticina...). Quando as crianças puxam a corda de forma repentina, a caixa roda: o moinho funciona.

2.ª sessão:

Caixa de surpresas

As crianças colocam um disco de papel no fundo da caixa de queijo, puxam a corda e fazem mover o moinho. Deixam, então, cair algumas gotas de tinta sobre o papel. A força centrífuga faz o resto! Quando o moinho pára, é a surpresa.
Podem utilizar-se várias cores, brincar com a fluidez da pintura...

Desenvolvimentos possíveis
  • Utilizar escorredores de salada aplicando o mesmo princípio. As crianças introduzem uma folha no escorredor de salada; deixam cair algumas gotas de tinta e "escorrem-na"! O resultado é equivalente ao entusiasmo com que derem à manivela!
  • Descobrir os diferentes tons de uma mesma cor (com tinta escura, em seguida, e cada vez mais clara). Brincar com as cores primárias de modo a descobrir as respectivas misturas.
  • Continuar à procura do efeito surpresa com outras técnicas (folha coberta de manchas de tinta, dobrada em duas; técnica do papel na tina, folha coberta de tinta permanente, salpicada de sal grosso...).
  • Fabricar outros moinhos (de água, de vento, de areia), piões... para abordar a noção de energia mecânica.
  • Propor um jogo de criação poética que consiste em procurar palavras terminadas em "nho" (ou em outro som) e escrevê-las num pedaço de papel (ou desenhá-las). Depois misturam-se e são reutilizadas numa invenção poética.
  • Trabalhar a motricidade a partir do verbo "rodar" (sobre si próprio, fazer uma roda, dar uma cambalhota...).
Objetivos específicos:
  • Favorecer a criatividade.
  • Verificar os efeitos produzidos.
  • Iniciar-se na mistura de cores.
Objetivos transversais:

Leitura
  • Descodificar e seguir um procedimento (construção de um moinho para os 4/5/6 anos).
Métodos de trabalho
  • Elaborar um projeto individual e levá-lo a cabo.
  • Prever as tarefas, os utensílios e os materiais.
Tecnologia
  • Formular hipóteses.
  • Experimentar, utilizar processos empíricos para fazer funcionar os mecanismos simples.
Estruturação do espaço
  • O círculo.
Abordagem das medidas
  • Classificar, ordenar círculos de diferentes diâmetros.
Pequenos truques:
Atenção à tinta que salpica! Pode aumentar a altura dos bordos com linguetas de cartão largas.

  • Marchetaria
3/4/5/6 anos

Número de sessões: 1

Material:
  • Sobras de couro (peça a um sapateiro que as guarde), papéis, tecidos... recortados em losangos, quadrados, trapézios, etc. (apenas formas com lados bem direitos para que, em seguida, seja mais fácil justapô-los).
  • Cola forte.
  • Suporte rígido: tabuleiro de madeira, caixa de cartão.
Sobras para colar

A partir de todas as pequenas sobras de couro, peça às crianças que revistam o suporte escolhido. Tudo é possível: composição abstracta baseada em jogos de cores, de materiais, de formas... ou desenho figurativo (para os mais velhos, porque é uma operação complexa). Os pedaços são colados com cola forte.

Desenvolvimentos possíveis:
  • Proponha às crianças que "escondam" diferentes objectos de desperdício, que os vistam a seu gosto de modo a, com as mãos, criar esculturas insólitas.
  • Pode também utilizar-se esta técnica apenas bidimensionalmente, realizando obras não figurativas ou trabalhando a partir da realidade para a transformar. Por exemplo, se dispuser de um microscópio, ou de fotografias ampliadas de asas de borboletas, peça às crianças que observem como é que as lâminas se organizam em cada asa. Depois proponha-lhes que realizem bidimensionalmente uma magnífica borboleta imaginária de lâminas de couro ou de papel! Mesmo princípio para uma tartaruga, para peixes...
Objetivos específicos:
  • Perceber o mundo sob um ângulo estético: dispor as formas e as cores, brincando com as relações de valor, os materiais.
  • Abordar a noção de volume.
Objetivos transversais:

Estruturação do espaço
  • Revestir uma dada superfície.
  • Manipular e dispor as formas geométricas (quadrados, retângulos, losangos, trapézios) de diferentes tamanhos.
Abordagem do número
  • Comparar objetos, separá-los, classificá-los.
Métodos de trabalho
  • Levar a cabo um projeto individual, prevendo as tarefas, os utensílios e os materiais necessários.
Resolução de problemas
  • Incrementar estratégias de pesquisa para realizar o seu projeto.
Pequenos truques
    Se as crianças escolherem realizar um desenho figurativo, é preferível que o realizem ao comprido e sem colar, num primeiro tempo. Em seguida, apenas terão que colar os pedaços uns após os outros sobre o suporte. Mais vale, de qualquer modo, limitar os desenhos figurativos a um conjunto de cerca de uma dúzia de peças.
    A utilização de livros-recurso tendo como assunto a marchetaria pode revelar-se útil para enriquecer as criações das crianças.
    É possível pedir aos mais hábeis e mais velhos que recortem eles mesmos, de modo bem nítido, as diferentes formas a colar.

  • O pequeno museu
3/4/5/6 anos

Número de sessões: pelo menos 2

Material:
  • Cola forte, tesouras.
  • Caixas de queijo redondas em madeira (ou em cartão).
  • Folhas de acetato transparente.
  • Algodão hidrófilo ou pedaços de tecido ou de veludo de cor.
1.ª sessão:

Colheita miraculosa

Por exemplo, para fazer o museu da praia, começam por dedicar-se todos a uma recolha miraculosa: bocados de algas, pequenas conchas, calhaus rolados e polidos pelas ondas, fragmentos de rede ou de bóias de cortiça, patas de caranguejo...
Variante:
Pode deste modo, realizar-se o museu da floresta, do parque, do campo...

2.ª sessão:

Museu exposto na montra

De regresso à sala de aula, peça às crianças que escolham, de entre todos os elementos recolhidos, aqueles que lhes pareçam os mais interessantes. Depois, cada uma instalará esses objetos numa mini-montra: uma caixa de queijo cuja tampa é retirada e substituída por acetato sobre o reverso e cujo fundo é forrado com um pedaço de algodão hidrófilo ou de veludo de cor.

Desenvolvimentos possíveis:
  • Pode tentar obter algumas caixas volumosas (em madeira). Isso permitirá às crianças que o desejem partilhar o respetivo tesouro e realizar em pequenos grupos "grandes" montras.
  • O adulto pode também realizar, a partir de grandes caixas de cartão às quais terá rebaixado os bordos, uma ou várias séries de montras que permitirão organizar um trabalho coletivo, com toda a sala, realizando diversas montras (minerais, vegetais...). Este tipo de atividade permite levar as crianças a colaborar,a refletir sobre as suas escolhas e a justificá-las.
Objetivos específicos:
  • Desenvolver a criatividade.
  • Observar, dispor, pôr em cena diferentes objetos.
  • Estabelecer relações afetivas e sensoriais com os materiais.
Objetivos transversais:

Estruturação do espaço
  • Sobre um suporte, colocar os objetos uns em relação aos outros.
Aquisição de autonomia
  • Exprimir as suas preferências.
  • Imaginar, criar encenações a partir de objetos dados.
Método de trabalho
  • Procurar a qualidade da apresentação do seu museu.
Pequenos truques
   Pense em ficar os objetos com um pingo de cola forte sobre o fundo da caixa, isso evitará o desastre ao menor movimento da montra (sobretudo nos dias de mau tempo).


   Para além destas atividades, o livro contém muitas mais e são todas diferentes, interessantes e motivadoras. Por isso acho que o ideal será mesmo tentar adquirir o livro tal como eu fiz, através da Wook! Espero que tenham gostado e que fiquem com vontade de saber mais!

sábado, 6 de setembro de 2014

Relaxar as crianças no jardim de infância

     Prestes a começar um novo ano letivo, os educadores deparam-se com crianças muito energéticas e que mesmo sendo uma característica muito boa em crianças de tenra idade, por vezes complica o trabalho de ambos. Assim, resolvi apresentar algumas atividades que poderão facilitar esse trabalho. As atividades que vou descrever foram retiradas da obra "Relaxar as crianças no jardim de infância" de Michèle Guillaud. É uma obra muito interessante, que adquiri, e está organizada por meses, ou seja, a autora apresenta algumas atividades consoante o mês e respeita a organização mensal do ano letivo. Começa por apresentar atividades para setembro e termina em junho. Neste caso, irei apresentar apenas três atividades, correspondendo à seguinte ordem: setembro, outubro e novembro.

  • O senhor Polegar
Jogo dos dedos

Objetivos:
  • Acalmar e descontrair através da concentração numa das partes do corpo (neste caso, os dedos).
  • Aprender a sussurrar.
Realização:
  • Inicialmente, este exercício pode ser feito de forma sistemática no início da tarde. Posteriormente, no início de qualquer momento de agrupamento.
Organização:
  • As crianças estão sentadas em cadeiras dispostas em círculo.
Desenvolvimento da sessão:

  • O educador deve colocar-se no meio das crianças. Mostra a sua mão, com todos os dedos esticados, e começa a falar suavemente, fazendo momentos de silêncio entre cada frase:

                  - O senhor Polegar tem sono.
                  - Deito-o.

           Dobrar o polegar sobre a palma da mão.

                  - Fecho a porta da cozinha.

           Dobrar o indicador.

                  - Fecho a porta da sala de jantar.

           Dobrar o médio.

                  - Fecho a porta da casa de banho.

           Dobrar o anelar.

                  - Fecho a porta do quarto.

            Dobrar o mindinho.

Nota: Se as crianças manifestarem dificuldade em dobrar os dedos uns a seguir aos outros, podem ajudar com a outra mão.

  • As duas frases seguintes são pronunciadas sussurrando e olhando para o punho fechado:
                  - Senhor Polegar, estás aqui?
                  - Chiu! Estou a dormir!


  • Após esta resposta, deixar o silêncio instalar-se novamente. Prolongar o tempo de silêncio e baixar o volume da voz cada vez mais, dia após dia. A seguir, retomar a palavra murmurando:
                  - Senhor Polegar, estás aqui?

  • Ficar algum tempo em silêncio e depois falar cada vez mais alto mas conservando uma voz muito suave:
                  - Upa! Vou sair!

           Desdobrar o polegar.

                  - E digo bom dia a toda a gente.
                  - Bom dia a ti, indicador!

           Opor o polegar e o indicador.

                  - Bom dia a ti, médio!

           Opor o polegar e o médio.

                  - Bom dia a ti, anelar!

           Opor o polegar e o anelar.

                  - Bom dia a ti, mindinho!

           Opor o polegar e o mindinho.

Nota: A introdução dos nomes dos dedos constitui uma aquisição de vocabulário benéfica para as crianças da sala dos 3-4 anos.
  • Para terminar, sacudir a mão para descontrair os dedos.
  • O Gorila
Contração/Relaxamento

Objetivos:
  • Exagerar as tensões musculares para tomar consciência delas e poder relaxar.
  • Trabalhar a respiração.
Realização:
  • No início da tarde. Este exercício poderá depois ser retomado parcialmente, em qualquer altura do dia.
Organização:
  • As crianças estão sentadas no chão, em bancos ou em cadeiras. Este exercício pode igualmente ser realizado quando as crianças estão de pé, quando se colocam em fila, quando voltam do recreio, etc.
Desenvolvimento da sessão:

      Para qualquer uma das sequências seguintes, regular a respiração da forma que se segue: respirar, contraindo-se; manter a pressão durante alguns segundos respirando de modo muito fraco, depois repousar, inspirando então o mais possível. O objetivo consiste em produzir ao mesmo tempo um relaxamento muscular e uma amplificação da respiração.
  • Apertar os punhos o mais fortemente possível. Relaxar. Repetir três vezes.
  • Contrair o rosto, os olhos, os maxilares e a testa de forma muito exagerada. Relaxar. Repetir três vezes.
  • Altear os ombros o mais alto possível. Relaxar. Repetir três vezes. 
  • Cruzar os braços ao máximo apanhando a omoplata direita com o braço esquerdo e a omoplata esquerda com o braço direito. Apertar com todas as suas forças. Relaxar. Repetir três vezes.
  • Cruzar os dedos atrás da nuca. Aproximar os dois cotovelos o mais possível. Relaxar. Repetir três vezes.
  • Cruzar as pernas; colocar o pé direito bem pousado sobre o chão, depois passar o joelho esquerdo sobre o joelho direito. Com a mão direita, apanhar o tornozelo esquerdo e fazê-lo subir o mais alto possível, empurrando o joelho esquerdo com a mão esquerda. Relaxar. Repetir três vezes.

      Fazer o mesmo exercício com a outra perna.

      Para as sequências que se seguem, as mãos são apoiadas de forma plana sobre o corpo e as pontas dos dedos unidas no meio das mãos. Pressiona-se com a ponta dos dedos quando se respira; relaxa-se a pressão quando se inspira.
  • Colocar as mãos sobre a parte superior do peito. Apoiar com força. Relaxar. Repetir três vezes.
       Repetir o mesmo exercício colocando desta vez as mãos sobre o estômago.
  • Colocar o pé direito sobre a cadeira permanecendo sentado. Com as duas mãos, apanhar a perna e aproximar o joelho o mais possível do peito. Apertar com muita força. Baixar a cabeça como se fosse dar um beijo no joelho. Relaxar. Repetir três vezes.
Fazer o mesmo exercício com o outro pé.

  • Apoiar as palmas das mãos uma contra a outra, orientando os dedos para cima, depois empurrar com todas as suas forças como se cada mão quisesse provar à outra que é a mais forte. Relaxar. Repetir três vezes.
  • Pressionando as palmas das mãos uma contra a outra, cruzar os dedos e apertar com todas as suas forças. Relaxar. Repetir três vezes.
  • Por fim, apertar de modo simultâneo todas as partes do corpo: rosto, punhos, ombros, etc. Manter esta posição durante o maior tempo possível. Relaxar. Repetir três vezes.
O facto de aumentar as tensões permite, consequentemente, aumentar o relaxamento.

Se não houver muito tempo disponível e em função do objetivo procurado, poder-se-á rapidamente praticar uma só sequência do exercício em função das necessidades. A passagem das «mãos uma contra a outra» poderá, deste modo, ser utilizada antes ou a seguir a uma atividade gráfica um pouco mais longa, a contração do rosto poderá acontecer antes de uma atividade num canto, etc.

  • As folhas secas
Aliviar a tensão através do grito

Objetivos:
  • Libertar as tensões.
  • Canalizar a agressividade.
Realização:
  • Em tempo seco, quando o solo está coberto por folhas secas.
Organização:
  • Preferencialmente no recreio, sobretudo nas primeiras vezes. Posteriormente, poder-se-á realizar o exercício dentro da sala. As crianças estão de pé. Atenção! Prevenir os colegas das salas próximas: este exercício é muito barulhento!
Desenvolvimento da sessão:

No recreio
  • Propor às crianças que descarreguem as suas energias e atirem folhas secas em todos os sentidos. De seguida, fazer um grande monte de folhas.
  • Reunir as crianças em círculo à volta do monte de folhas. Depois, em grupos de duas ou três, vão buscar braçadas de folhas.
  • Manter firmemente esta braçada de folhas contra si e, ao sinal do educador (que poderá ser, por exemplo, a contagem até 3), atirá-la o mais alto possível gritando muito alto também. É importante respeitar o sinal, pois o facto de gritarem todos juntos liberta muito mais energia do que se cada um o fizer isoladamente. 
           Quando, mais tarde, o exercício for repetido, enriquecer a instrução dizendo:

                   - Atiramos as folhas o mais alto possível, gritamos tanto quanto pudermos e, sobretudo,                       durante o maior tempo possível sem voltarmos a inspirar.

          Repetir este exercício quantas vezes for necessário, porque o objetivo desta atividade é permitir      às crianças que descarreguem as suas energias. Embora algumas crianças fiquem rapidamente              relaxadas, a tensão acumulada por outras crianças necessitará ainda de algumas repetições.

Na sala
  • Pedir às crianças para se colocarem de pé em frente à sua cadeira e depois para se baixarem fingindo apanhar uma braçada de folhas.
  • Contar até 3: cada uma atira então as suas «folhas» o mais alto possível, gritando muito alto e fazendo durar o seu grito o maior tempo possível.
  • Acabar o exercício pedindo às crianças para se alongarem e massajarem o rosto colocando as suas mãos estendidas sobre ele.
     As crianças só muito raramente têm oportunidade de gritar. O facto de o poderem fazer coletivamente provoca uma enorme descarga de energia, deixando-as imediatamente num estado de grande recetividade às aprendizagens.



Espero que tenham gostado das atividades que apresentei. Quero realçar que para cada mês a autora descreveu duas ou mais atividades. Estas devem ser realizadas com a devida sequência apresentada na obra, para que o grau de complexidade aumentado seja o mais correto e adequado à faixa etária. Acho que deveriam adquirir este preciosidade tal como eu fiz através da Wook e consegui melhorar o controlo do grupo com que estagiei.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Jogos rápidos

Há um livro muito interessante que para além de apresentar jogos muito interessantes também refere a importância destes, as suas vantagens e desvantagens. O livro tem como título "Jogos rápidos Atividades lúdicas de sala de aula 1.º ciclo" (Abreu, 2011). Não é um livro caro (eu tenho-o) e tem muitos jogos práticos e de fácil compreensão podendo ser úteis no estímulo pela aprendizagem. Vou apresentar algumas atividades contidas na obra, para deixar um pequeno cheirinho do quanto ela é interessante.


  • Agora desenha
Interação: Grupos
Materiais: Quadro, papel, giz
Finalidades Educativas: Rever conceitos. Treinar a leitura e a escrita. Desenvolver a destreza manual.
Regras:
         Objetivo: Adivinhar a palavra através do desenho.

  1. Divide-se a turma em grupos.
  2. O professor escreve num papel várias palavras relacionadas com a matéria lecionada.
  3. Um elemento de cada equipa é chamado à vez para ler uma palavra e desenhá-la no quadro.
  4. Quem desenha não pode falar nem fazer gestos, sob pena de ser desclassificado.
  5. A sua equipa tem 2 minutos para adivinhar a palavra.
  6. Os elementos da equipa podem dar várias respostas até acertarem.
  7. Se os membros do grupo não conseguirem adivinhar a palavra dentro do tempo-limite, as outras equipas têm uma oportunidade para o fazer.
  8. Cada palavra certa vale um ponto.
  9. O professor pode ainda propor outras atividades, como explicar conceitos, construir frases com as palavras desenhadas, etc. Por cada resposta certa a equipa ganha um ponto extra.
         Exemplos:
                    Língua Portuguesa: nome (lápis, livro, noite, etc.).
                    Estudo do Meio: corpo humano (estômago, pulmão, etc.).
                    Matemática: sólidos geométricos (cubo, esfera, pirâmide, etc.).

  • Congela
Interação: Individual
Materiais: Música, papel, lápis
Finalidades Educativas: Desenvolver a produção escrita. Praticar a concentração e a destreza motora.
Regras:
        Objetivo: Ficar imóvel quando a música parar.

  1. Todos os alunos têm de se pôr de pé.
  2. O professor explica que vai pôr música a tocar e que os alunos deverão dançar sem sair do sítio nem fazer barulho.
  3. Quando a música parar, os alunos terão de parar completamente.
  4. Quem se mexer senta-se e terá de escrever uma pergunta para colocar aos colegas.
  5. O professor decide o tema das perguntas. Deverá dar um ou dois exemplos de questões possíveis.
  6. Entretanto, os outros colegas continuam a atividade.
  7. Quando só restarem cinco alunos de pé, pára-se a música.
  8. Os colegas sentados colocam, à vez, questões aos finalistas. Sempre que um deles errar, senta-se.
  9. Vence o último aluno a permanecer de pé.
        Exemplos:
                   Língua Portuguesa: Em que tempo está a palavra "comeu"?
                   Estudo do Meio: Qual a capital de Portugal?
                   Matemática: 2x2=?

  • Detetor de mentiras
Interação: Grupos
Materiais: Quadro, giz ou caneta
Finalidades Educativas: Desenvolver o raciocínio lógico. Praticar a leitura.
Regras:
        Objetivo: Descobrir a informação correta.

  1. O professor deve selecionar um texto (por exemplo, do manual) e alterar ligeiramente o seu conteúdo, introduzindo uma ou mais informações incorretas.
  2. Lê depois o texto à turma, que deve prestar muita atenção para descobrir quais são os erros.
  3. De seguida, os alunos discutem em grupo que informações parecem erradas, justificando os seus pontos de vista.
  4. Quem acertar na resposta ou respostas correta (s) ganha um ponto.
  5. Vence a equipa que conseguir mais pontos.
        Exemplos:
                   Língua Portuguesa: Um conjunto de peixes é um bando. (X)
                   Estudo do Meio: Um carnívoro só come peixe. (X)
                   Matemática: Um triângulo tem 5 lados. (X)

  • Ténis
Interação: Grupos
Materiais: 2 mata-moscas
Finalidades Educativas: Desenvolver a destreza motora, a atenção e a concentração.
Regras:
        Objetivo: Acertar na resposta certa "batendo" com o mata-moscas, que funciona como uma raquete de ténis.

  1. Para este jogo de ténis não será necessária uma bola, mas sim 2 mata-moscas, que funcionam como raquetes.
  2. O professor divide a turma, preferencialmente, em 2 equipas (rapazes e raparigas).
  3. Chama depois um aluno de cada equipa ao quadro e entrega um mata-moscas a cada um.
  4. Explica em seguida à turma que vai escrever no quadro respostas par diferentes perguntas relacionadas com a matéria a praticar/rever. As respostas devem ser simples e breves. Quando o professor colocar uma questão, os alunos devem utilizar o mata-moscas para "bater" na resposta correta.
  5. Quem acertar primeiro na resposta ganha 1 ponto para a equipa.
  6. O professor chama depois mais dois alunos ao quadro e faz uma nova pergunta.
  7. Ganha a equipa que obtiver a melhor pontuação.
        Exemplos:
                   Língua Portuguesa: andei, ando - Qual das formas verbais está no presente?
                   Estudo do Meio: águia, sapo - Qual dos animais é uma ave?
                   Matemática: 14, 18 - Quanto é 6x3?


Espero que gostem das atividades! Já as experimentei e obtive resultados muito bons! O livro contém 63 atividades. Para além de ser pequeno a nível de formato e permitir que ande sempre com ele. Julgo que é uma boa aposta para quem estiver com falta de ideias e queira inovar de uma forma lúdica e económica.

domingo, 31 de agosto de 2014

A importância do exercício na infância

Hoje trago-vos mais um miminho da Revista mensal n.º 63 "O Guia para Pais e Educadores" (Maio de 2013). Nas págs. 19 e 20 encontrei alguma informação bastante interessante e de indispensável leitura. O texto que vos apresento a seguir sobre o exercício físico é da autoria de Nuno Carmona.

Portugal é um dos países com mais casos de obesidade infantil e não podemos ignorar os motivos: os hábitos alimentares têm vindo a piorar e poucas são as crianças que praticam exercício físico com regularidade. Siga o nosso conselho: está na altura de mudar!

Nos últimos anos, temos assistido a um aumento progressivo de casos de obesidade, não só em Portugal, como um pouco por todo o mundo. A mudança de hábitos alimentares associada a vidas sedentárias em que a prática de exercício físico é quase nula, têm contribuído para o aumento de casos de obesidade, mas também de doenças associadas àquela que já é apelidada de epidemia do séc. XXI.
Embora Portugal tenha tido sempre uma alimentação assente nos princípios da dieta mediterrânica, a verdade é que atualmente não foge à regra e vê o número de pessoas com excesso de peso aumentar dramaticamente, com a particularidade de ser já o país da União Europeia (UE) onde se registam mais casos de obesidade em idade escolar. De acordo com estudos levados a cabo por especialistas europeus, a obesidade afeta atualmente 22 milhões de crianças, mas no futuro vai atingir cerca de 155 milhões, com um aumento na ordem dos 400 mil novos casos todos os anos.

Portugueses sedentários

Segundo os últimos dados, Portugal é o país da UE que apresenta a menor percentagem de praticantes de desporto e, simultaneamente, a maior taxa de obesidade em crianças e em jovens em idade escolar.
Para a maioria dos jovens,a aula de educação física é a única forma que têm de realizar atividade física. Contudo, as horas consideradas no curriculum são manifestamente insuficientes para colmatar as suas necessidades físicas. Aos jovens que sofrem de obesidade, não basta a prática de uma atividade física pois, nestes casos específicos, é fundamental estender o acompanhamento à nutrição.
Se, por um lado, é necessário que aumente a prática de exercício físico e, dessa forma, aumente o consumo de calorias, por outro lado tem de ter um acompanhamento profissional que lhe permita alterar os hábitos alimentares, eliminando os erros cometidos e acrescentando alimentos fundamentais a uma dieta saudável.
O recente relatório Healthy People 2010 (2001), identificou o tempo passado a ver televisão como um dos principais obstáculos para o aumento da prática de exercício físico desde a infância e incentiva todos os encarregados de educação a restringir o visionamento de televisão a um máximo de duas horas por dia.
Mas é importante ter em conta que nem todas as crianças que têm excesso de peso na infância vão transformar-se em adultos obesos. Segundo Epstein et al. (1987), nem todas as crianças obesas se tornam jovens obesos e, mais tarde, adultos obesos. No entanto, a prevalência da obesidade aumenta com a idade entre ambos os sexos, verificando-se uma grande probabilidade de persistir ao longo da vida quando começa a manifestar-se na adolescência.
Face à realidade do número de obesos estar constantemente a aumentar, não só nos adultos, mas também nas crianças e jovens (NHANES, 2001), diversas instituições, nomeadamente o Colégio Americano de Medicina Desportiva (ACSM, 2000), referenciam a importância de desenvolvimento de programas de atividade física e aptidão física junto das crianças e adolescentes, no sentido de desenvolver uma cultura de estilos de saudáveis que se mantenham na vida adulta, com o objetivo máximo da melhoria do estado de saúde e bem-estar das populações.
Contudo Dishmann (1993) referiu num dos seus estudos que o melhor preditor da prática de atividade física nos adultos, é sem dúvida os hábitos incutidos na adolescência e sugeriu também que se a atividade física fizer parte da norma do grupo de pares, os adolescentes tenderão a ser mais ativos fisicamente.

A metodologia do treino

O único princípio a seguir no que diz respeito à precocidade da integração da criança na atividade desportiva organizada passa pelo seu envolvimento no desporto, mas para isso acontecer é fundamental que só seja iniciada quando ela estiver num estado de "preparação" ótimo para a execução das habilidades específicas da modalidade escolhida. Ou seja, nem todas as atividades são aconselháveis para crianças e é fundamental o aconselhamento profissional para saber se a criança em causa já está devidamente desenvolvida para começar a praticar aquela atividade.
Grande parte das pessoas não reconhece o exercício físico como um valor intrínseco ao bem-estar físico, mental e social. Por isso, é normal que os encarregados de educação tenham dificuldade em perceber que é fundamental para as crianças.
Uma das grandes vantagens que se obtém com a prática de exercício físico é a de ajudar a melhorar o crescimento psicológico e o desenvolvimento da personalidade das crianças e dos adolescentes, atuando mesmo no sentido de modelar comportamentos, dando-lhes ferramentas importantes para lidarem com a agressividade, a gestão da ansiedade, aumentar a autoconfiança, fortalecer a concentração, a aprendizagem de técnicas de relaxamento e as estratégias cognitivas necessárias ao desenvolvimento de habilidades que podem ser aplicadas no meio desportivo.
Vários estudos demonstraram que as crianças motivadas e que se envolvem no desporto, praticando regularmente uma modalidade desportiva, melhoram a competência e o desempenho a vários níveis, nomeadamente no controlo dos níveis de ansiedade gerados pela competição desportiva, podendo influenciar positivamente o rendimento escolar e conduzindo à obtenção de sucesso escolar e desportivo.
É fundamental incentivar sistematicamente crianças e adolescentes a praticarem desporto, tendo sempre como normas orientadoras, a realização de uma abordagem sistemática, baseada e fundamentada em conhecimentos científicos, e realizada por especialistas que ficam encarregues de assegurar a orientação cognitivo-comportamental e psicofisiológica do exercício.

Conheça todos os benefícios do exercício físico na infância:
  • Permite e assegura um desenvolvimento normal e correto, adaptado às possibilidades de rendimento, segundo a idade;
  • Previne problemas ortopédicos provocados por posturas incorretas ou debilidade de alguns grupos musculares;
  • Prepara para o máximo rendimento a longo prazo, sem limitar o desenvolvimento em cada etapa;
  • Promove a aprendizagem experimental - as crianças criam os seus próprios exercícios e jogos;
  • Encoraja atividades que exijam concentração e controlo da atenção;
  • Dá ênfase em atitudes éticas e de fair-play;
  • Proporciona atividades mistas com participação de elementos de ambos os sexos;
  • Funciona como reforço positivo para os comportamentos de participação ativa, autodisciplina e evolução técnica.
Sugestões

É muito fácil incentivar as crianças a desenvolver bons hábitos de atividade física numa idade jovem. Siga as nossas sugestões:
  • Limite a televisão, os filmes, os vídeos e os jogos de computador a menos de duas horas por dia. Preencha o restante tempo de lazer com atividade física;
  • Planeie as saídas e as férias de família de forma a envolverem atividades enérgicas, como passear a pé, caminhar, andar de bicicleta, esquiar e nadar;
  • Observe e participe nas atividades do agrado das suas crianças e tente saber onde é que podem praticá-las. Algumas crianças são bem sucedidas em desportos de equipa, mas outras preferem atividades individuais;
  • Se for seguro caminharem ou andarem de bicicleta, façam-no em família. Utilizem as escadas em vez dos elevadores e façam jogos para ser mais estimulante;
  • Certifique-se que as crianças têm aulas de educação física frequentes, divertidas e de boa qualidade. No infantário, certifique-se que as crianças têm, no mínimo, 20 minutos de exercício por dia;
  • Compre presentes orientados para a prática desportiva, como uma corda de saltar, um minitrampolim, esquis, skates, raqueta de ténis ou pondere mesmo a inscrição numa atividade desportiva onde várias atividades foram idealizadas para responder às necessidades e limitações dos mais pequenos;
  • Aproveite as oportunidades existentes no local onde vive, desde jogos de futebol a corridas divertidas.